África

BRASIL EM ÁFRICA

  

Os principais países, em porcentagem do total de novos projetos de investimento em África,  período 2003/2011

 1-EUA                                                      12,5%

2-França                                                   10,5%

3-Reino Unido                                          9,8%

4-Índia                                                       5,2%

5-EAU                                                        4,2%

6-África do Sul                                          4,1%

7-Espanha                                                  4,1%

8-Alemanha                                               3,7%

9-Canadá                                                   3,5%

10-Portugal                                               3,1%

11-China (incluindo Hong Kong)             3,1%

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30 - Brasil                                                 0,6%

 Fonte: fDi Intelligence, dados de 3 de Fevereiro de 2012; Ernst & Young.

Segundo estudo recém-lançado pela Ernst & Young, o Brasil está no fim da lista dos 30 países  investidores estrangeiros no continente entre 2003 e 2011.

EUA detêm 12,5% dos novos projetos; a China, 3,1%, e a Índia, 5,2%.

O banco BTG Pactual pretende captar investimentos de  US$ 1 bilhão do setor privado brasileiro para África, segundo O Estado de S. Paulo. A Eletrobrás também estuda hidrelétricas em Angola e Moçambique.

Os investimentos brasileiros em terras africanas cresceram 10,7% entre 2007 e 2011, contra os 48,5% de crescimento da Turquia, por exemplo.

Concretizaram-se 33 projetos de investimento estrangeiro direto do Brasil em África desde 2003 - menos de 1% do total.

Nos biocombustíveis, em 2011, Guarani e Petrobras assinaram um memorando de intenções de estudar a viabilidade de produzir biocombustível em Maputo, Moçambique.

"O Brasil tem laços históricos significativos com partes do continente" - disse Ajen Sita, presidente-executivo da E&Y na África, em referência aos fortes investimentos brasileiros em países de língua portuguesa, como Moçambique e Angola, visitados pela presidente Dilma Rousseff no ano passado.

O primeiro país abriga empreendimentos da Vale e da Odebrecht, uma das maiores empregadoras locais; o segundo é o maior receptor dos investimentos brasileiros no continente (R$ 7 bilhões, segundo estimativas de 2011 da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola). Empresas como Petrobras e construtoras como Odebrecht e Andrade Gutierrez têm operações sólidas ali.

Fora da África lusófona, porém, a presença brasileira ainda é tímida. "O Brasil ainda não investe (o suficiente) para fincar seu pé de uma maneira mais abrangente na África" –afirma Ajen Sita.

Mas, para a diretora regional da África da Economist Intelligence Unit, Pratibha Thaker, o Brasil está seguindo um curso natural. "Não acho que o país tenha desperdiçado oportunidades. Começou com os países de língua portuguesa e agora está avançando para outros - por exemplo a África do Sul, onde mira o varejo e a agricultura", afirmou à BBC Brasil.

"É a primeira vez que o continente africano está sendo encarado com seriedade pelo mundo (como um polo de oportunidades). E o Brasil, ao contrário da China, é bem visto por sua tendência a empregar mão de obra local, transferir tecnologia."

Ela adverte, porém, que espaços não ocupados por outros países na África serão tomados por investimentos chineses e indianos.

O relatório da Ernst & Young aponta que, entre 2010 e 2011, cresceu 27% o número de projetos financiados por investimento direto estrangeiro na África. Os principais receptores são África do Sul, Egito, Marrocos, Argélia, Tunísia, Nigéria e Angola.

Mesmo assim, o continente recebeu apenas 5,5% do total dos investimentos estrangeiros - algo que, na opinião de Ajen Sita, "não reflete o potencial econômico da África".

 

 

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Uma breve abordagem a um de nossos mais importantes parceiros em Africa - Angola - com recolha feita na imprensa portuguesa:

 

O MPLA, partido no poder em Angola desde a independência em 1975, lidera a contagem dos votos das eleições gerais em todas as 18 províncias

 

MPLA ganha eleições em Angola

Partido de José Eduardo dos Santos, no poder desde 1975, lidera contagem com 74,4% dos votos, numa altura em que estão apuradas quase 60% das mesas de voto, anunciou hoje em Luanda a Comissão Nacional Eleitoral

do país, anunciou hoje em Luanda a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).    

A divulgação dos primeiros resultados provisórios atribui 2.519.403  votos (74,46 por cento) ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), seguindo-se em segundo lugar a UNITA, com 607.063 (17,94 por cento) e em terceiro a Coligação Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), com 153.427 (4,53 por cento).    

Os resultados correspondem a 57,49 dos votos contados, anunciados pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira.         

O anúncio dos próximos resultados provisórios será feito ao início da noite.  

 
 

A FALTA DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO E MANIFESTAÇÃO EM ANGOLA

 

Dois jornalistas, um da RTP e um free-lancer da Voz da América, ambos de nacionalidade angolana, foram hoje detidos em Luanda numa manifestação antigovernamental impedida de se realizar pela polícia.

No total, além dos jornalistas, foi confirmada a detenção de mais 10 pessoas, segundo fonte policial.

A manifestação antigovernamental, convocada pelo autodenominado Movimento Revolucionário Estudantil, começou com uma tentativa de concentração na zona do mercado de São Paulo, onde se concentra um grande número de vendedores ambulantes, que foi rapidamente controlada pela polícia.

Entre os manifestantes detidos alguns envergavam camisolas negras com "32 é muito", numa alusão aos anos de governação do Presidente José Eduardo dos Santos, e nas costas tinham a inscrição "Liberdade e Democracia".

Segundo o superintendente Francisco Notícia, comandante da Polícia do Sambizanga, há a registar um ferido entre os agentes policiais, atingido com um megafone por um dos manifestantes.

O objetivo dos manifestantes era, a partir da zona de São Paulo, dirigir-se para o Largo da Maianga, perto do Tribunal Constitucional, na entrada da Cidade Alta, onde está sediada a Presidência da República, para protestarem contra a candidatura de José Eduardo dos Santos nas eleições gerais de 31 de agosto.

Numa volta pela cidade, a Lusa testemunhou o notório reforço policial desdobrado pela cidade, sobretudo em São Paulo, onde além dos agentes controladores do trânsito era visível a presença de efetivos da unidade antimotim e diversos carros da corporação.

As detenções iniciaram-se quando os manifestantes se tentaram aproximar do mercado de São Paulo, provenientes de uma rua adjacente, onde está sedeada a emissora católica Rádio Ecclesia.

A aparente desorganização dos manifestantes tornou-os presa fácil do forte contingente policial presente, que os foi detendo um a um, tendo o jornalista "free-lancer" da Voz da América, Coque

Mukuta, sido detido no momento em que procedia à recolha de imagens das detenções. Coorganizadores dos protestos que desde março de 2011 têm sido realizados em Angola, o MRE pretendia com esta manifestação integrar ex-mlitares no protesto, para exigir a libertação de dois antigos combatentes que foram raptados no final de maio por desconhecidos e cujo paradeiro continua desconhecido ate agora.

A polícia angolana argumenta, a este respeito, que continua a investigar o sucedido. Quanto à participação dos ex-militares, a Comissão dos ex-Militares Angolanos (COEMA), em comunicado enviado sexta-feira à agência Lusa, demarcou-se da iniciativa.

Se as anteriores manifestações foram reprimidas pelas autoridades ou resultaram em violência provocada por pessoas vestidas à civil, na de hoje, não se registaram os mesmos índices de repressão, à exceção das detenções.

Segundo os organizadores, as autoridades não impediram formalmente a realização do protesto de hoje, tendo sido notificadas da intenção de realizar a marcha no passado dia 3.